O segundo entrevistado do projeto "Os Panenka" é Tiago Rodrigues, jogador do CSKA Sofia, ex-porto e ex-vitória sc. As perguntas foram enviadas pelo Instagram ao atleta que nos respondeu posteriormente, não se tratando, portanto, de uma entrevista com uma conversa fluída.
Os Panenka: Como foi passar do Diogo Cão para a formação do Sporting? Houve um grande choque no estilo de vida estando longe da família?
Tiago Rodrigues: Passar da Diogo Cão para o Sporting foi, sem dúvida, uma mudança muito importante no início da minha carreira, ia representar um dos maiores clubes de Portugal, na melhor academia do país, e deu-me muita motivação para seguir este caminho de jogador profissional de futebol. Contudo, ao mesmo tempo, foi bastante complicado, eu tinha 13 anos, tinha de ficar na academia durante meses e a minha família estava a praticamente 400km de distância.
OP: Depois da passagem pelo Sporting, transferiste-te para o Vitória SC, a quem ficaste ligado durante 5 épocas. De que forma é que achas que cresceste como jogador e como pessoa tendo feito parte da formação do Vitória?
TR: Considero que os anos que representei o Vitória Sport Clube, foram, sem dúvida, os mais importantes da minha carreira, que me levaram a consolidar a minha chegada ao futebol profissional. Enquanto pessoa, ter passado alguns anos em Guimarães foi muito bom, e sentia-me em casa. Mas, enquanto jogador, sinto que foi um crescimento incrível, fiz 3 anos de camadas jovens, trabalhei muito e entretanto estava a jogar na equipa principal
OP: Entre o Vitória SC sub-19 e o Vitoria SC B, existiu uma grande diferença competitiva? Isto tendo em conta que apanhaste equipas muito competentes com jogadores como Paulo Oliveira, Ricardo Pereira, Cláudio Ramos, etc.
TR: Sim, é muito diferente. Tive a oportunidade de fazer parte de uma grande equipa de sub-19 do Vitória, mas a segunda liga é muito mais competitiva, é tudo diferente.
OP: Em 12/13, com Rui Vitória, conquistaram a Taça de Portugal frente ao Benfica. Como foi a experiência de vencer um prémio tão importante numa fase tão inicial da tua carreira? Para além disso, como foi vencer esse prémio contra uma equipa tão complicada, tendo passado para a equipa A apenas a meio da época?
TR: O ano 12/13 foi incrível. Estava a fazer uma época muito boa pela equipa b do Vitória, ia treinando algumas vezes com a equipa principal, e, a meio da época, a mudança para a equipa A foi definitiva. O Vitória estava atravessar um fase menos boa, bastante complicada, mas foi o ano que mais me fez crescer e qual recordo com um sentimento muito positivo. O mister Rui Vitória, acreditou nos “miúdos” e levou-nos acreditar que tudo era possível e foi, e esse ano culminou com a conquista da Taça de Portugal frente ao Benfica.
OP: Em 2013, mudas-te para o Porto. O facto de teres ido com um companheiro de equipa, o Ricardo Pereira, ajudou na adaptação?
TR: Sim, e ajudou bastante, visto que ia para um novo balneário, é sempre bom ir com alguém que já conhecemos.
OP: Pelo Porto B, jogaste com várias estrelas como Rafa Soares, Otávio, Campaña, Diego Carlos, André Silva, Gonçalo Paciência, etc. Quando já jogavas com eles sentias que tinham tanto potencial para chegar onde estão hoje?
TR: Sim, era notória a qualidade deles, e certamente iriam chegar a grandes clubes.
OP: Como foi trabalhar com treinadores tão conceituados como Rui Vitória e Luís Castro? Algum deles tinha algum método de trabalho fora do comum?
TR: Ambos são treinadores excecionais, com muita qualidade. Em relação aos métodos de trabalho, cada um tem o seu, mas nenhum deles fora do comum.
OP: No empréstimo ao Vitória SC em 13/14, estreaste-te nas competições europeias. Como experienciaste esse feito que marca a carreira de qualquer jogador?
TR: Com bastante entusiasmo, era a minha estreia e é uma das competições que os jogadores mais pretendem jogar.
OP: A partir daí, entraste numa espécie de espiral de empréstimos entre Vitória SC, Nacional (2x) e Marítimo. Sentiste-te frustrado por não te estreares pela equipa principal do Porto mesmo sendo convocado algumas vezes?
TR: Senti-me desapontado porque não me ter estreado na equipa principal do Porto, não ter tido essa oportunidade. Mas soube dar a volta por cima e fiz boas épocas nos clubes onde estive emprestado.
OP: Após o segundo empréstimo no Nacional, decidiste partir para a Bulgária para jogar no CSKA Sofia. O que te levou a tomar esta decisão?
TR: Sair de Portugal, jogar noutro país, já era algo que eu planeava fazer, surgiu a oportunidade e arrisquei, e tendo em conta o meu percurso até hoje, foi a melhor decisão que tomei.
OP: Passando para o presente, esta época o CSKA apanhou um grupo difícil na Liga Europa mas ainda assim conseguiram uma vitória inédita contra a Roma com um golo teu. Como foi marcar um golo tão importante a um clube histórico como a Roma?
TR: Fiz o que faço em todos os jogos, dar o meu melhor, mas claro que me sinto orgulhoso de ter fabricado um golo contra a grande equipa que é o Roma.
OP: Estando o teu contrato com o CSKA Sofia a acabar, tens em vista um eventual regresso a Portugal?
TR: Como o percurso tem sido muito positivo fora de Portugal, ambiciono continuar por cá mais uns anos.
OP: Ao longo da tua carreira, qual foi o jogador mais engraçado com quem partilhaste balneário?
TR: Tive o privilégio de receber e partilhar o balneário com o grande Ukra, aqui no CSKA. Anima qualquer balneário e é um excelente profissional.
OP: Para terminar, cruzaste-te com vários treinadores competentes ao longo da tua carreira. Algum deles te marcou especialmente?
TR: O mister Rui Vitória, pelo que conquistamos ao serviço do Vitória, e principalmente por ser o treinador que apostou em mim.
Agradecemos muito ao Tiago pela disponibilidade para nos responder a estas questões e desejamos-lhe a ele e ao CSKA Sofia a maior das sortes para o resto da época.
Se gostaste deste novo formato aqui no site, não te esqueças que ainda nos podes acompanhar no podcast (Youtube, iTunes, Spotify, etc.) e noutras iniciativas nas outras redes como Instagram, Twitter, Facebook, Tik Tok e Clubhouse.
Comments